Instalação
do projeto na região do Xingu, também afetada pela usina de Belo Monte, é
marcada por polêmica envolvendo impactos socioambientais.
No site oficial, a empresa alega que o projeto tem à disposição uma grande reserva mineral com enorme potencial de crescimento. |
A notícia foi publicada na tarde da quarta-feira
de julho 20/07 pelo G1 Pará, informando que a mineradora Belo Sun divulgou uma
decisão da Justiça Estadual do Pará, que suspende efeitos de uma outra
determinação em 1º grau, na Justiça em Altamira, sobre as licenças
ambientais Prévia (LP) e de Implantação (LI) do Projeto Volta Grande do Xingu, no
Pará. A implantação é marcada por polêmica envolvendo impactos
socioambientais na região, também afetada pela usina
hidrelétrica de Belo Monte.
No entanto, na Justiça Federal, segue válida decisão de 2017 do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, que mantém suspensa a eficácia da licença de instalação da mineradora, até que sejam atendidas todas as etapas necessárias para medição correta dos impactos para comunidades atingidas.
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Na prática, a mineradora obteve uma vitória judicial na esfera da
justiça estadual, mas a decisão que vale é da Justiça Federal, que continua
suspendendo o licenciamento do projeto pelo órgão estadual responsável. O
Ministério Público Federal (MPF) defende que o processo seja feito pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
Responsável pelo
licenciamento na esfera estadual, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (Semas) disse que ainda não havia sido comunicada da decisão
até a tarde desta quarta-feira (20).
Na determinação
informada pela empresa, a desembargadora Célia Regina de Lima Pinheiro não
teria identificado urgência e dano grave que justificasse a tomada de decisão
em caráter urgente, deferindo pedido de efeito suspensivo apresentado pela
mineradora.
A desembargadora
afirma, na decisão, que não "pode-se adotar como parâmetro um estudo
(relatório) feito de forma isolada, em detrimento de estudos feitos por
técnicos de órgão dotado de caráter fiscalizador”.
A empresa anunciou, então, que o processo de licenciamento
ambiental deve voltar ao curso normalizado na Semas e que "continua à
disposição das comunidades da Volta Grande, e reafirma que o projeto trará
desenvolvimento, progresso e segurança para estas comunidades e região do
estado do Pará".
Sobre o assunto, o g1 também
pediu posicionamento do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA).
Licenciamento
segue suspenso
Em abril deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) informou que
o TRF1 manteve suspenso por tempo indefinido o licenciamento do projeto
minerário da empresa Belo Sun na região da Volta Grande do Xingu, no Pará.
Era previsto o
julgamento de dois processos, sendo um em que o MPF pedia a anulação da licença
emitida para a Belo Sun pela Semas e outro em que o órgão defende que o
licenciamento seja feito na esfera federal, por meio do Ibama.
O processo relativo a federalização da licença ambiental acabou
sendo retirado da pauta de julgamento devido à necessidade de apreciação de
documento enviado pela concessionária Norte Energia, responsável pela UHE Belo
Monte, em março deste ano, ao Ibama, à Semas e ao MPF pedindo a revisão do
licenciamento da mineradora Belo Sun.
Os empreendimentos estão a poucos quilômetros de distância um do
outro, o que, pela magnitude de ambos, pode potencializar impactos
socioambientais na região. Por isso, o Tribunal entendeu que seria necessária
nova apreciação dos autos por todas as partes envolvidas antes de prosseguir
com o julgamento.
Com o resultado do julgamento em abril, na prática, segue valendo a
decisão de 2017 do próprio TRF1, que suspendeu a eficácia da licença de
instalação da mineradora até que sejam supridas todas as etapas necessárias
para correta mensuração dos impactos para as comunidades atingidas.
Implantação
na Amazônia
O projeto
da mineradora Belo Sun é polêmico. O empreendimento seria instalado
em Senador José Porfírio, e teve licença prévia liberada em 2014.
Especialistas, porém, acreditam que a iniciativa pode causar danos irreparáveis
ao meio ambiente e prejudicar os indígenas que vivem na região do Xingu.
De acordo com informação oficial divulgada pela Belo Sun, os
estudos que apontaram a viabilidade da instalação do projeto foram concluídos
em 2015, e o projeto
mineral da Volta Grande recebeu licença de instalação em fevereiro de 2017.
No site oficial, a empresa alega que o projeto tem à disposição uma grande reserva
mineral com enorme potencial de crescimento.
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