Sondagem sobre viabilidade de
projeto é preliminar e atende pedido do Ministério de Minas e Energia
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O superintendente de Operações da usina, Sandro dos Santos, reforçou que a sondagem do local está bem no começo e passou a ser feita a pedido do MME (Ministério de Minas e Energia). |
A usina hidrelétrica de Belo Monte estuda a possibilidade de construir uma nova barragem no Rio Xingu para reduzir o conflito em relação ao uso da água e aumentar o potencial de geração ao longo do ano. As discussões são preliminares, segundo Paulo Roberto Pinto, diretor presidente da Norte Energia, que detém a concessão da usina.
Essa barragem não seria projetada para abrigar máquinas e geradores, mas teria como objetivo a formação de um reservatório para acumulação de água.
"Estamos fazendo uma espécie de perícia na região para ver se há alguma área onde se possa fazer uma espécie de caixa d'água —uma barragem sem máquinas, com vertedouros, que seria enchida durante o período da chuva e transferiria essa água [para o rio] no período seco, no segundo semestre, para as turbinas de Belo Monte", explicou o executivo em entrevista a jornalistas.
O superintendente de Operações da usina, Sandro dos Santos, reforçou que a sondagem do local está bem no começo e passou a ser feita a pedido do MME (Ministério de Minas e Energia) porque a companhia tem uma ampla base de dados sobre a região, o que favorece a prospecção.
Santos explica que essa busca se concentra em áreas no rio Xingu anteriores às cidades de Altamira, a montante (antes da área) da usina. Um pré-requisito básico é que o local para essa eventual barragem não pode estar próximo a terras indígenas, áreas de pesca ou comunidades ribeirinhas.
Não há nem esboço de projeto ou data para sua evolução, afirma o executivo. No entanto, para atender à proposta de funcionar como reservatório eficiente, o empreendimento teria de ter pelo menos as dimensões de uma barragem equivalente à da hidrelétrica de Três Marias, em Minas Gerais, cuja área alagada é de 1.040 km² (quilômetros quadrados).

Existe a expectativa de que esse reservatório poderia pôr fim ao conflito em relação ao uso da água.
No acordo que viabilizou a construção e operação de Belo Monte, ficou estabelecido no hidrograma (critérios para o fluxo de água) que em anos alternados seria possível elevar o aproveitamento do rio para a geração de energia. A alternância nunca foi adotada porque levaria à redução da oferta de água no trecho conhecido como Volta Grande do Xingu.
A Norte Energia já reforçou junto ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) o pedido para fazer cumprir a alternância da vazão e aguarda o posicionamento do órgão.
Maior hidrelétrica totalmente brasileira, com 11,2 GW (gigawatts) de capacidade instalada, Belo Monte opera a fio d'água. Isto é, por não ter reservatório de acumulação, sua geração segue a sazonalidade das vazões do rio Xingu, produzindo muita energia durante o período chuvoso nos seis primeiros meses do ano e pouca durante o período seco no segundo semestre.
O projeto de Belo Monte, aprovado em mandato anterior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), gera até hoje controvérsias com ambientalistas, que criticam os impactos para o rio Xingu e populações locais.
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