Transamazônica o Inicio de tudo, nossa História perdida no tempo.
A Construção: a chegada dos primeiros colonos e a escolha do nome “Brasil Novo”
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
– Parte II–
Em 10 de outubro daquele ano a folha de São Paulo noticiava para o mundo o início das obras. Assim escreveu o jornalista em trechos da matéria:
“O general Médici presidiu ontem no município de Altamira, no Estado do Pará, a solenidade de implantação, em plena selva, do marco inicial da construção da grande rodovia Transamazônica, que cortará toda a Amazônia, no sentido Leste-Oeste, numa extensão de mais de 3.000 quilômetros e interligará esta região com o Nordeste”.
Na placa comemorativa ao início da obra, pregada em um tronco de castanheira, estavam inscritos os dizeres:
"Nestas margens do Xingu, em plena selva amazônica, o Sr. Presidente da República dá início à construção da Transamazônica, numa arrancada histórica para a conquista deste gigantesco mundo verde".
Naquele momento a imagem das maquinas derrubando arvores e revolvendo
terra simbolizava a transposição dos obstáculos. Época em que Altamira era uma
pequena cidade de apenas 15.345 habitantes, no meio da selva e aquela
solenidade representava o início do trecho entre Estreito (MA) / Itaituba (PA).
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Ao longo do trecho, o plano previa a construção de "agrovilas" (conjuntos de lotes com casas instaladas no espaço de 100 ha, que deveriam contar com uma escola de 1º grau, uma igreja ecumênica e um posto médico); de "Agrópolis" (reunião de agrovilas fornecidas com serviços bancários, correios, telefones e escola de 2º grau) e de "rRurópolis" um conjunto de acrópoles. Na prática, foram implantadas poucas agrovilas, apenas uma agrópolis no km 46 e uma Rurópolis no km 320 do trecho Altamira/Itaituba.
Antes mesmo da inauguração da rodovia Transamazônica, começaram a chegar
os primeiros grupos de colonos trazidos pelo Projeto de Integração Nacional –
PIN. O processo de colonização iniciou-se antes mesmo da Estrada ter condições
de tráfego. Assim, em dezembro de 1.970 chegavam por via fluvial os primeiros
setenta agricultores chefes de família, selecionados no Rio Grande do Norte,
para ocuparem parcelas, dando início à colonização e boa parte dessas famílias ficaram
na Agrópolis do Km 46.
Em setembro de 1971, Médici voltou à região para percorrer uma parte do
trecho já aberto da estrada. Nessa época a construção de agrovilas e da Agrópolis do km 46, estava literalmente a todo vapor. Uma vez que, toda madeira
usada para construção das casas dos pioneiros e prédios administrativos, eram
beneficiadas em uma serraria onde a energia era produzida por duas máquinas do
século XIX movidas à vapor, que inclusive fornecia a energia que iluminava as
residências dos pioneiros.
Em 27 de setembro de 1972 o então Presidente da República Gen. Emilio Garrastazu Médici, comandou a solenidade de inauguração do primeiro grande segmento da estrada, entre os rios Tocantins e Tapajós, “traduzindo a determinação do povo brasileiro de construir um grande e vigoroso País”,conforme os dizeres de uma nova placa de bronze, afixada no mesmo local, transformado em praça-monumento. Esse trecho tinha 1.253 quilômetros, entre Estreito, no Maranhão, e Itaituba, no Pará, já citado anteriormente.
O jornal Folha do Norte, edição de 01.10.1972, destacou a matéria sobre a inauguração de Brasil Novo, pelo Presidente Emílio Garrastazu Médici, em 27 de setembro de 1972, mesma data em que inaugurou a transamazônica.
“O presidente também inaugurou a Agrovila Brasil Novo, no km 46, pernoitando com sua comitiva no motel construído pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Antes de inaugurar a Transamazônica, Médici esteve em Santarém para inspecionar as obras do porto local e a abertura da rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163)”. (Folha do Norte, Belém/PA, 01/10/1972).
Por: Portal Pérola do Xingu
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