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Em plena crise energética, Belo Monte gera menos de 3% da energia projetada

Em plena crise energética, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, gerou, na 4ª feira (8.set.2021), apenas 244 MW, segundo o ONS (Operador Nacional de Sistema). O volume equivale a 2,2% dos 11.233 MW (ou seja, 11,2 GW) da capacidade.

Desde 4 de agosto, apenas 1 das 18 turbinas do empreendimento está operando, por causa da baixa vazão do Rio Xingu, que passa pelo período de seca. A energia gerada ainda corresponde a cerca de metade da capacidade da solitária turbina, de 611 MW.

Por estar em uma região onde chove de forma significativa de dezembro a maio, Belo Monte deveria ter um reservatório maior. A usina só tem uma área alagada de cerca de 480 km². Pelo projeto original, ela deveria ser de 1.200 km², mas, nas discussões que antecederam implementação, a ideia foi derrotada por questões ambientais.

Caso o modelo tivesse sido concretizado, hoje a capacidade da usina seria de 19 GW, em vez de 11,2 GW.

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A construção de Belo Monte começou em 2011. Foi inaugurada em 2016, em projeto que custou cerca de R$ 20 bilhões. A última das 18 turbinas foi inaugurada só em novembro de 2019. Por se tratar de uma hidrelétrica de categoria “fio d’água”, ou seja, sem reservatório, ela só entrega a energia para a qual foi projetada em metade do ano, entre dezembro e maio. Gráfico do ONS mostra que Belo Monte atingiu o pico de geração, em 2021, no dia 27 de fevereiro, durante o período chuvoso. Nesse dia, a usina distribuiu para o sistema 11,1 GW. Desde 24 de maio, a geração teve trajetória decrescente.
A usina não é a única no país a funcionar dessa forma. As hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, ambas em Rondônia, na Bacia do Rio Madeira, também funcionam assim. Mas a situação de Belo Monte, em volume de energia, é até pior. Na 4ª feira (8.set.2021), quando Belo Monte gerou 244 MW, Santo Antônio e Jirau produziram 808,11 MW e 357 MW, respectivamente. As 3 foram construídas durante o governo do PT.

O leilão de Jirau ocorreu em 2008 e a construção da usina durou de 2009 a 2013. A hidrelétrica começou a operar em 2016. Santo Antônio foi arrematada em dezembro de 2007 e levou 5 anos para ser construída, de 2008 a 2012. Mas só entrou em operação em 2017.

Se gerasse pelo menos metade da sua capacidade instalada, Belo Monte supriria o déficit nacional de energia, de cerca de 5,5 GW, que deve permanecer até o final de novembro, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. Na ausência dessa geração, o país é obrigado a recorrer às termelétricas, que geram energia a um custo elevado. A fatura disso é paga pelos consumidores na cobrança da bandeira tarifária, que neste mês teve um reajuste de quase 50%.

Procurada, a Norte Energia, concessionária que opera a Usina de Belo Monte, afirmou que a parada das turbinas ocorre desde o início da operação da hidrelétrica, como consequência da redução de vazão do Rio Xingu. “É importante destacar que a variação de vazão do rio foi prevista ainda na concepção do projeto, exatamente por ser esta uma usina com operação a fio d´água, sem a existência de reservatório para acumulação de água“, disse a empresa, em nota.

De acordo com a concessionária, desde o início de agosto a média diária de energia tem sido 255 MWmed, que equivale a uma vazão média, no dia, de 300 metros cúbicos por segundo.

Por: Portal Pérola do Xingu
Fonte: Site: poder360

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